Depois de nós
que venham o dilúvio
e todos os terramotos.
Que a terra trema
e todos os prédios abalem
e as pontes estremeçam.
Depois de nós
que soem todas as sirenes
e que todos os canhões
disparem e semeiem o caos
a Norte e a Sul.

Que todas as estátuas
percam os membros
e dos templos restem
apenas ruínas, três pilares,
não mais, [nem tectos]
porque
depois de nós
só o dilúvio
poderá abafar o rufar opaco
de uma sístole
que teima em repetir-se
lentamente, pesadamente
em teu nome
e a pensar em nós.


"Scène de déluge" de Géricault (Louvre)
Depois de nós