Antigamente o teu olhar brilhava
quando os dias eram novos e promissores
e as tuas mãos finas espreguiçavam
com a lentidão de uma onda
que nasce nas praias de Verão.
Hoje o teu olhar desvia-se dos dígitos
que te acordam com a impaciência
e a dureza anunciada de mais um dia.
Perdeu-se o gosto, ganhou-se o calo
e gastam-se os charles nas calçadas
rotineiras.
Hoje tens mãos de maré vaza.


Mãos de maré vaza