Era uma vez um cão
de apenas três patas
que se via grego para conseguir mijar,
especialmente em lugares sem árvores
e sem sítio onde se amparar.
O pobre do cão tinha os tomates inchados
de tanto cair e de tanto ganir,
sozinho no mundo,
triste e imundo, vivia
sempre a correr e sempre a fugir…
O cão anormal, que eu vi uma vez,
tentou o suicídio numa grande auto-estrada.
Ficou lá no meio, parado e resignado,
muito feio, aguardando
a derradeira trombada.
Antes do embate, foi recolhido!!
Puta de sorte, era do canil,
o pobre do cão acabou abatido.
Penso nesse cão muitas vezes,
essencialmente em lugares sem árvores.