Dizes que sou o povoador de almas
mas como posso sê-lo, se dos dois,
é de ti
que saem os pássaros que poisam nos ramos
desta árvore velha e lhe cortam o vazio?

A luz que expulsa os morcegos e os fantasmas
da caverna que habita aqui
és tu quem a emana
em rasgos lentos de hipnoses difundidas.

E aviso-te que há quem passe a vida toda
sem saber ou acreditar
que apesar dos espelhos lá de casa não partirem,
tantas vezes se avariam e
injustamente distorcem
os mais belos tons do arco-íris.
Quem povoa a alma a quem?
Quem me povoa a alma és tu,
enganada pelos espelhos.

 

A povoadora de almas