Se valer a pena
por ti deixarei
as esperas clandestinas
sob candeeiros frontais
a águas-furtadas e o
bafo nos vidros de carros alheios,
semi-nocturnos.
Se valer a pena
cortarei pela raiz
as relações sem raiz
que me prendem
por aí, debaixo de luzes fundidas
nas vielas da cidade.
Se valer a pena
não vou para o aeroporto
às escondidas, rumo a Praga
e outra pessoa deixará
cair os braços e das mãos
dois bilhetes
em conformidade doída com
a espera tornada desengano.