Licenciei-me em Artes Plásticas - Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). O meu percurso artístico até ao momento tem sido solitário, não  senti necessidade de o partilhar. Sempre foi um espaço íntimo, de reflexão pessoal e equilíbrio emocional, representa o meu espaço. O desafio de o divulgar é uma outra forma de me relacionar neste espaço.

Recorrendo à ardósia negra de Valongo e com o espírito quase de menina que se encanta ao fazer o seu primeiro desenho, assim eu me entusiasmei com o desbastar da primeira escultura nestes blocos negros. É na confluência de duas tradições da escultura que desenvolvo o meu trabalho: a do ferro e a da ardósia. Confluência que resulta da homogeneidade cromática de cada um dos materiais, o ferro e a ardósia.

Nas minhas obras procuro espaços situados na fronteira entre a natureza e a cultura, estes, reflectem formas de vida em equilíbrio ou desequilíbrio com o mundo, para assim desenvolver uma linguagem própria, baseada no pensamento simbólico e simultaneamente em diálogo com as correntes tradicionais e a modernidade artística. É a partir de formas apenas sugeridas que pretendo que as minhas esculturas insinuem variadas associações psicológicas e conduzam o espectador a participar de forma activa na sua interpretação.